Uma das grandes dificuldades
enfrentadas pelos surdos é a carência de acessibilidade na comunicação. Faltam
recursos tanto àqueles que utilizam a língua portuguesa, como no caso de surdos
oralizados, quanto aos surdos sinalizados, que se comunicam por meio da Língua
Brasileira de Sinais (Libras).
A Lei 10.436/2002 reconhece a
Libras como meio legal de comunicação e expressão, cobrando do sistema
educacional a inclusão da Libras nos cursos de formação de Educação Especial,
de Fonoaudiologia e de Magistério. No entanto, raras são as escolas que contam
com profissionais da área.
No Brasil a Língua de Sinais
ganhou espaço a partir de 1857 quando Eduard Huet, um francês que ficou surdo aos
doze anos veio ao país a convite de D. Pedro II para fundar a primeira escola
para meninos surdos, primeiramente chamada Imperial Instituto de Surdos Mudos,
atual INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos).
A partir da fundação da
escola, os surdos brasileiros puderam então criar a Língua Brasileira de
Sinais, que se originou da Língua de Sinais Francesa e das formas de
comunicação já utilizadas pelos surdos de vários locais do país.
É importante ressaltar que
nem sempre houve a aceitação pelo uso da Língua de Sinais, que muitas foram às
tentativas em torno da discussão sobre como educar os surdos, pois alguns se
mostravam favoráveis ao método oralista (Uso da fala).
No ano de 1880 em um
Congresso Mundial de Professores Surdos ocorrido em Milão na Itália decidiu-se
que todos os surdos deveriam ser educados pelo método oral puro, ou seja, sem o
uso de qualquer sinal.
Somente no ano de 1896 a
pedido do governo brasileiro, A.J. de Moura e Silva, que atuava como professor
de surdos no INES foi ao Instituto Francês de Surdos com a missão de avaliar
esta decisão e chegou à conclusão de que o método oralista não era eficiente
para todos os surdos.
Assim como os ouvintes lutam
em busca de liberdade, de uma sociedade democrática onde se possa viver bem e
fazer uso de seus direitos, os surdos, que sempre estiveram presentes nessa
mesma trajetória histórica também, pois são parte da sociedade.
Sob o domínio de uma cultura
da maioria (ouvinte) que sempre tomou as decisões e que dificilmente se colocou
na posição do surdo para saber o que de fato era melhor para ele, aquele
conviveu com o preconceito, o isolamento social e a falta de oportunidades por
não poder proclamar sua opinião.
Dessa forma, existe pelo
menos um excelente motivo para se aprender Libras: contribuir para a construção
de uma sociedade inclusiva, na qual todos podem se expressar e se fazer
entender em condições de igualdade.
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