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Dia 24 de abril, a Lei de Libras completou 14 anos!




Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelos surdos é a carência de acessibilidade na comunicação. Faltam recursos tanto àqueles que utilizam a língua portuguesa, como no caso de surdos oralizados, quanto aos surdos sinalizados, que se comunicam por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
A Lei 10.436/2002 reconhece a Libras como meio legal de comunicação e expressão, cobrando do sistema educacional a inclusão da Libras nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério. No entanto, raras são as escolas que contam com profissionais da área.
No Brasil a Língua de Sinais ganhou espaço a partir de 1857 quando Eduard Huet, um francês que ficou surdo aos doze anos veio ao país a convite de D. Pedro II para fundar a primeira escola para meninos surdos, primeiramente chamada Imperial Instituto de Surdos Mudos, atual INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos).
A partir da fundação da escola, os surdos brasileiros puderam então criar a Língua Brasileira de Sinais, que se originou da Língua de Sinais Francesa e das formas de comunicação já utilizadas pelos surdos de vários locais do país.
É importante ressaltar que nem sempre houve a aceitação pelo uso da Língua de Sinais, que muitas foram às tentativas em torno da discussão sobre como educar os surdos, pois alguns se mostravam favoráveis ao método oralista (Uso da fala).
No ano de 1880 em um Congresso Mundial de Professores Surdos ocorrido em Milão na Itália decidiu-se que todos os surdos deveriam ser educados pelo método oral puro, ou seja, sem o uso de qualquer sinal.
Somente no ano de 1896 a pedido do governo brasileiro, A.J. de Moura e Silva, que atuava como professor de surdos no INES foi ao Instituto Francês de Surdos com a missão de avaliar esta decisão e chegou à conclusão de que o método oralista não era eficiente para todos os surdos.
Assim como os ouvintes lutam em busca de liberdade, de uma sociedade democrática onde se possa viver bem e fazer uso de seus direitos, os surdos, que sempre estiveram presentes nessa mesma trajetória histórica também, pois são parte da sociedade.
Sob o domínio de uma cultura da maioria (ouvinte) que sempre tomou as decisões e que dificilmente se colocou na posição do surdo para saber o que de fato era melhor para ele, aquele conviveu com o preconceito, o isolamento social e a falta de oportunidades por não poder proclamar sua opinião.
Dessa forma, existe pelo menos um excelente motivo para se aprender Libras: contribuir para a construção de uma sociedade inclusiva, na qual todos podem se expressar e se fazer entender em condições de igualdade.

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